A Beleza do Nada

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Status: Finished  |  Genre: Other  |  House: Booksie Classic


 

Aqui estou em uma noite de sábado, escrevendo…

Confesso, perdi a prática, mas entendo que há em mim, uma força maior… algo que me impulsiona a seguir, ainda que não precise dizer ou expressar nada de interessante.

Não procuro palavras ou meios para isso, simplesmente digito. A beleza de não querer dizer nada é fascinante! Para que ter sentido? Nem sempre há sentido no que fazemos. Simples assim!

A verdade é que não preciso me explicar tanto. Essa pode ser a consequência literal da minha "persona".

Tenho muitos pensamentos. Alguns deles são como pisar em brasa quente. Quão bom seria se meus pensamentos ficassem quietinhos, bem guardados em uma gavetinha em algum local da minha mente. Impossível! São agitados como ondas do mar em um dia de tempestade.

Não há nada de excepcional nisso, eu imagino. Talvez no mesmo quarteirão exista alguém como eu, ou no próximo… e por aí vai.

O dia passou, a noite chegou e senti a mesma sensação do dia anterior. Um vazio seguido de muitas retissências…

Não estou bem, logo imagino, pois carrego muitas dores e de nenhuma forma, pude aliaviá-las. Ainda que fossem dorem físicas, carrego também as emocionais.

Lembro que não posso reclamar, afinal, ninguém gosta de lamentações. Devo entender que não há nada demais em se sentir melancólico, não é mesmo? Quem nunca?

Estranho minha própria tristeza. Achava conhecer sua natureza.

Enquanto escrevia, senti minha força se esvair enquanto observava um ponto a qual mantive o foco por mais de cinco minutos na parede branca. Meus braços antes presos ao corpo, desabaram sobre a cama, enquanto ouvia nitidamente a música alegre do bar próximo.

O que faria, afinal? A sensação de estar fora da realidade era tão forte quanto a saudade de um ente querido. Não poderia ficar ali… senti que devia me movimentar.

A madrugada já estava alta e ouvia o farfalhar do vento nas plantas, as gotas de chuva caírem sobre o telhado e alguma ou outra pessoa caminhar firme, pois identificava os passos no asfalto.

Permaneci no escuro, esperando algo que não aconteceria. Abri e fechei os olhos como se num passe de mágica, alguma consciência despertasse em mim um abrupto valor sentimental pelo o que tinha no momento.

Um denso NADA…


Submitted: February 19, 2025

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